Você já ouviu de falar em insônia na terceira idade? Acredito que sim, visto que um indivíduo adulto dorme em média 8 horas por noite e um idoso por volta de 6, sendo que, quando se mudança ocorre, a situação é perceptível. A maioria das pessoas costuma pensar que a presença de dificuldade para iniciar o sono ou para continuar dormindo é algo comum a partir dos 60 anos, porém, trata-se de um mito.
A Sociedade Brasileira do Sono a descreve como um sintoma a ser definido a partir da dificuldade de iniciar e/ ou manter o sono e presença do sono não reparador, ou seja, aquele necessário para se manter o bem estar físico e mental durante as atividades diárias bem como para manter uma boa qualidade de alerta. Estudos realizados a respeito do tema revelaram que no âmbito da Atenção Primária à Saúde brasileira, há uma estimativa de prevalência entre 10% e 50% dos pacientes que apresentam insônia. Dentre tais declarações, encontram-se presentes em uma variação de 30% a 50% associada a presença de transtornos de ansiedade e humor, 10% associada ao abuso de substâncias e apenas os outros 10% restantes resultante de perturbações primárias no sono. Em suma, isso significa que na maioria dos casos em que tal condição é descrita, aparece por consequência de doença clínica, psiquiátrica ou pelos maus hábitos.
A condição possui tratamento medicamentoso. Porém, assim como em outros casos descritos na área da saúde, a auto medicação não é recomendada, principalmente pelo fato de que comorbidades podem estar associadas a esta questão, sendo que, para isso, torna-se necessário um acompanhamento médico. Além disso, tanto em casos em que ocorre o tratamento medicamentoso como em casos em que tal opção é inviável, a prática de atividades físicas e a presença de uma dieta saudável e balanceada é sempre importante.
Diante disso, algumas ações podem ser levadas em conta para que a qualidade de vida dos indivíduos em questão seja melhorada, como:
- Possuir um horário padronizado para dormir e levantar-se,
- Não ingerir bebidas alcoólicas, com estimulantes ou cafeína próximo ao horário de dormir,
- Evitar o uso do tabaco ao início da noite,
- Não falar ao telefone próximo ao horário de dormir,
- Não realizar refeições muito menos questões de trabalho na cama,
- Não ouvir música, programas de TV ou realizar leituras que estimulem a agitação e excitação próximo ao horário de dormir,
- Evitar ou minimizar cochilos diurnos,
- Evitar o uso crônico de medicações para insônia.
Logo, conclui-se que independentemente da presença ou não de doenças, possuir bons hábitos e uma rotina pode interferir em nossa saúde de diversas maneiras. Muitas vezes de forma com que não associemos às mudanças que acontecem e/ou não encaremos tais fatores como consequência de hábitos já inseridos em nossa vida há muito tempo e que tornam-se imperceptíveis em nossa visão. Caso outros sintomas estejam associados à presença da insônia e não haja um diagnóstico presente anteriormente, é necessário a busca por serviços e profissionais da saúde.
Referências
RIBEIRO, N.F. Tratamento da Insônia em Atenção Primária à Saúde. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, 2016, 11.38: 1-14.
SOUZA, J.C.; REIMAO, R. Epidemiologia da insônia. Psicol. estud., 2004, v. 9, n. 1, p. 3-7, Apr 7.