HIV é a sigla de origem da língua inglesa que corresponde ao vírus da imunodeficiência humana. Ataca o sistema imunológico, o sistema do organismo responsável pelo combate à doenças.
É comum pensar que o portador de HIV consequentemente desenvolve AIDS a partir da presença do vírus em seu organismo, porém, existem muitos soropositivos que não desenvolvem a doença; o que não os isenta de transmitir o vírus em si.
A transmissão do vírus pode ocorrer por meio de: relações sexuais desprotegidas (sem uso de preservativo), compartilhamento de seringas infectadas, de mãe para filho durante a gravidez, parto e amamentação ou pelo uso de instrumentos cortantes não esterilizados. Isso significa que não se adquire HIV por beijo no rosto ou na boca, aperto de mão ou abraço, masturbação a dois, relações sexuais seguras (com uso de preservativo), banheiro, piscina, ar, assento de ônibus, roupas de cama, suor e lágrima, picada de inseto, doação de sangue ou uso de talheres e copos comuns.
Seus sintomas iniciais são basicamente diarreia, fraqueza, febre, mal estar e gânglios aumentados, ou seja semelhantes ao de uma gripe. Porém, após a invasão e extensão da doença no organismo, é comum apresentar: anemia, doenças oportunistas (pneumonia, candidíase, tuberculose, toxoplasmose, tumores de pele, hepatites virais e sarcoma de Kaposi), perda de peso e memória.
Conforme o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, estima-se que dos 42 milhões de portadores da AIDS (ou seja, indivíduos que apresentaram o vírus e tiveram um quadro evoluído para a doença) 2,8 milhões sejam idosos.
Mas por que será que a população idosa é tão numerosa neste sentido quando verificamos os índices? Existem vários fatores, mas dentre eles, uma grande vertente que pode ser facilmente alterada é a negligencia dos próprios profissionais da área da saúde a respeito do assunto, fazendo a relação do idoso com a de um indivíduo assexuado e reafirmando o tabu já existente na sociedade atual, que apesar de moderna, ainda não encara tal fator (a expressão da sexualidade) de forma natural.
Além disso, também deve-se considerar o público idoso nas campanhas de prevenção devido à grande preocupação do estigma relacionado ao vírus e consequentemente, à doença. As mulheres da terceira idade também encontram-se em um grau significativo de risco devido ao fato de que, a falta de ameaça relacionada a gravidez muitas vezes leva à dispensa do uso de preservativos, aumentando assim, a chance de adquirir o vírus.
Logo, é necessário a maior conscientização da sociedade de maneira generalizada, pois, apesar de não se tratar mais de uma “novidade”, ainda existem muitos mitos e tabus a serem enfrentados pela população a respeito de tal assunto. Tanto a população idosa, como as outras faixas etárias tendem a associar o HIV/AIDS à ideia de finitude, o que também não é verídico mediante a um diagnóstico precoce, certeiro e a um tratamento adequado (fazendo-se mais importante ainda o uso da estratégia de prevenção e promoção da saúde). Também devemos nos conscientizar principalmente mediante ao estigma e preconceito já supracitados, que muitas vezes levam a um afastamento daqueles que mais precisamos: os que compõem a nossa rede de suporte e que podem nos ajudar a adquirir mais enfrentamento e resiliência não somente quando o assunto é HIV, mas na presença de qualquer doença ou dificuldade.
Fonte: Estagiária de Gerontologia – Beatriz Coppi Lavelli
Referências
DA SILVA, Stephanne Gomes. HIV na terceira idade: A vulnerabilidade do idoso frente ao vírus da imunodeficiência humana. Anais V CIEH, 2017, 1: 2318-0854.
OKUNO, Meiry Fernanda Pinto, et al. Qualidade de vida de pacientes idosos vivendo com HIV/AIDS. Cadernos de Saúde Pública, 2014, 30: 1551-1559.
TAVARES, Marcelo Caetano de Azevedo, et al. Apoio social aos idosos com HIV/aids: uma revisão integrativa. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2019, 22.2.